quinta-feira, 16 de junho de 2011
Meus Escritos
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Etiquetas: meus escritos, pc silva, poesia, poeta, sertão
domingo, 5 de junho de 2011
Fim do Mundo
Se desmanchando ao redor,
Saí desesperado
No meio da nuvem de pó
Pra conseguir escapar
Do fogo e da ventania,
Do choro e das tempestades
Que Nostradamus previa.
Rezava um salmo qualquer.
Pra qualquer santo eu pedia.
Eu engolia meu medo
Enquanto o povo morria.
Eu descobria uns segredos
Que eu soube, mas nunca cria.
O tempo se esfarelando
E eu caçando alegria
E enquanto o globo queimava
E um bafo do chão subia
Eu vi teu rosto nas nuvens
E acho que ali eu morria,
Pois não sentia mais gosto
Nem cheiro de agonia.
O vento ventava calmo
E espantava o nevoeiro.
Eu te encontrava deitada
Pro fim do meu desespero
E o resto não era nada,
Pois tudo se resumia
Num sonho que eu tava tendo
Enquanto a gente dormia.
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terça-feira, 24 de maio de 2011
Curva
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Poeta na Vida
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terça-feira, 9 de outubro de 2007
Madalena
Com esse cordel "Madalena" e outra poesia "Poeta na Vida" (próxima postagem) eu participei do II Recitata no mercado da Boa Vista, aqui mesmo no Recife.
Nas noites venéreas do Recife
Uma mulher como as outras
Tal qual eu gosto: pequena
Vestida num linho branco
Montada no seu tamanco
Cavalgava sem problema.
Vivia em baixo dos olhos
Verdes cegos da censura
Sonhava de peito aberto
Naquela vida tão dura
Amava com quem quisesse
E bem melhor se lhe aparece
Um com anel de formatura.
E ela cobrava seis
E por eu ser de menor
Pedia pra eu dar mais três
Mas eu vendo que ela via
Meu coração palpitar
Cheirei o cangote dela e disse:
Tu vai me dar!
Mas foi uma cruveta no ar
Gritou que até eu ouvi
E olhe que e tava lá
Assustado eu me espantei
Fechei os olhos e travei
De cum força o maxilar
Gritava feito Maria Madalena pra Jesus
Mas o que ela dizia
Ave Maria! Credo em Cruz!
Chega doía de ouvir
Inda pensei dela parir
E eu é que desse a luz!
Depois daquela algazarra
Ela quis negociar
Me disse que era moça
Pra poder valorizar
Que estudou num convento
E desmanchou um casamento
Nas beiradas do altar
Naquela negociata
E já tava me esgotando
Chega pingava suor
Do tanto que andei falando
Quando e pensei em parar
A nega virou pra cá
E começou me alisando
Eu acho é que ela sentiu
Que não ia arrecadar
Do tanto que ela queria
E resolveu me ajudar
Pegada na minha mão
Foi pra trás dum caminhão
Me ensinar o B-A BÁ
Quando ela se despiu
Do linho branco que tinha
Quando desceu do tamanco
As curvas perderam a linha
As banhas se misturaram
Com os peitos que arriaram
E pra cima de mim já vinha.
Mas nisso, já nessa hora
Eu só pensava em correr
Caçava terra nos pés
Ou qualquer coisa a dizer
E ela se aproximando
Foi aí que eu tive um plano
Pra tentar sobreviver
Quando ela me pegou
Gritei dois nomes em latim
DURALEX!!! SEDILEX!!!
Que ela se afastou de mim
Me indagando o que eu falava
Peguei o tom da palavra
E escapei dizendo assim:
Eu sou da ordem dos frade e frei franciscano
Pelejo por esse mundo
Catequizando o profano...
Veste tua roupa mulher
Reza um pai nosso
E me pede a bença se ajoelhando!
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quarta-feira, 3 de outubro de 2007
Barragem Cultural | Sertão do Pajeú
Agora Arquiteto:
Imagem do meu Trabalho Final de Graduação - TFG -
Esse foi o meu argumento final:
Quem olha assim de relance
Sem prestar muita atenção
Pode achar que ficou torto demais
Mas com rezão.
Pode achar que é parecido
Com uma coisa diferente
Pode ser que muita gente
Até pare pra olhar
E se a cabeça entronchar
Vai dizer: que diabo é isso?
Se isso me acontecer
Eu sou capaz de gostar
Pois eu não quis me encontrar
Com a perfeição nesse projeto.
Quem conhece a perfeição
Não tem mais pra onde andar.
Também não quis aceitar
Que esse é o fim de algum trajeto.
Esse é o começo do chão
Que escolhi pra caminhar
E como disse o antigo poeta Manoel Xudu:
"Eu admiro um tatu
Com um desenho no espinhaço
Feito pela natureza
Sem trena e sem compasso.
Eu tenho compasso e trena
Pelejo, mas nunca faço."
PC Silva
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sexta-feira, 13 de julho de 2007
Alegria e Tristeza
Era alegria e tristeza.
Era a carreta virada.
Chorava a mãe do caminhoneiro,
Vibrava a mãe que encontrava
Tombada na estrada a comida do mês.
PC Silva [fragmento de música]
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segunda-feira, 9 de julho de 2007
Primeiro de Abril
Era o primeiro dia do mês mais aberto
Março tão cansado fechava o verão
Fevereiro já dormia embriagado
Ai, meu janeiro!
Eu sei que não te vejo mais...
Sei que não te vejo mais!
PC Silva [fragmento de música]
Publicada por [pc.silva] em 19:41 3 comentários
Homenagem ao Poeta
Chegando mês passado (junho/2006) em São José do Egito, conheci o poeta Zé Catota (aquele mesmo que eu via mencionado num livro de Zé Marcolino) e passei uma tarde ouvindo seus improvisos e histórias.
Fiquei muito agradecido por ele ouvir atento uma poesia minha chamada "Poeta na Vida" e logo depois, em agradecimento, fiz essa poesia em sua homenagem:
Senti na veia o agito
Do sangue se borbulhando
O ar que eu tava cheirando
Era naquele dia
O mesmo ar que fazia
Zé Catota encher pulmão
E responder um mourão
Sem mourão ser perguntado...
Você vai adiantado
Nos anos de sua lida
Eu inda vou na partida
Mas quero lhe agradecer
Por eu poder conhecer
Quem foi poeta na vida.
PC Silva
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