domingo, 5 de junho de 2011

Fim do Mundo


Na hora que eu vi o mundo
Se desmanchando ao redor,
Saí desesperado
No meio da nuvem de pó
Pra conseguir escapar
Do fogo e da ventania,
Do choro e das tempestades
Que Nostradamus previa.
Rezava um salmo qualquer.
Pra qualquer santo eu pedia.
Eu engolia meu medo
Enquanto o povo morria.
Eu descobria uns segredos
Que eu soube, mas nunca cria.
O tempo se esfarelando
E eu caçando alegria
E enquanto o globo queimava
E um bafo do chão subia
Eu vi teu rosto nas nuvens
E acho que ali eu morria,
Pois não sentia mais gosto
Nem cheiro de agonia.
O vento ventava calmo
E espantava o nevoeiro.
Eu te encontrava deitada
Pro fim do meu desespero
E o resto não era nada,
Pois tudo se resumia
Num sonho que eu tava tendo
Enquanto a gente dormia.




PC Silva


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