quinta-feira, 16 de junho de 2011

Meus Escritos



Meus escritos remotos no caderno
São papeis, pensamentos e grafite
São sintomas daquele meu palpite
Que esse amor só se pode ser eterno
Nem inferno parece tão sofrido
Quanto um tempo tão longo sem te ver
É pior do que possa parecer
É um peito saudável e dolorido

Mais perdido que cão sem ter abrigo
Me procuro esperando te encontrar
A saudade tem vez que quer matar
Mas não mata só deixa de castigo
Há comigo um desejo mais sincero
De fazer teu sorriso a cada dia
Viver sempre contigo na alegria
É somente e só isso que espero




PC Silva [fragmento de música]


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domingo, 5 de junho de 2011

Fim do Mundo


Na hora que eu vi o mundo
Se desmanchando ao redor,
Saí desesperado
No meio da nuvem de pó
Pra conseguir escapar
Do fogo e da ventania,
Do choro e das tempestades
Que Nostradamus previa.
Rezava um salmo qualquer.
Pra qualquer santo eu pedia.
Eu engolia meu medo
Enquanto o povo morria.
Eu descobria uns segredos
Que eu soube, mas nunca cria.
O tempo se esfarelando
E eu caçando alegria
E enquanto o globo queimava
E um bafo do chão subia
Eu vi teu rosto nas nuvens
E acho que ali eu morria,
Pois não sentia mais gosto
Nem cheiro de agonia.
O vento ventava calmo
E espantava o nevoeiro.
Eu te encontrava deitada
Pro fim do meu desespero
E o resto não era nada,
Pois tudo se resumia
Num sonho que eu tava tendo
Enquanto a gente dormia.




PC Silva


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terça-feira, 24 de maio de 2011

Curva

Oh curva desnaturada
Estás onde não podias
Por pouco não foste o ponto
Do ponto final dos dias
Mas tu também não ficaste
Pra trás no meu pensamento
Como qualquer boa curva
Que aos poucos vai ficando turva
Dobrada no esquecimento.

Pra que é que serve uma curva
Se não for pra mudar
O rumo da direção
De quem deseja dobrar?
Eu só queria benzer
Esse local dessa estrada
Naquela curva imprudente
Que fez essa vida da gente
Ficar sem ser engraçada.

Será que curva tem mãe?
Será que ela deixaria
Um filho dela fazer
Aquela malfeitoria?
Não há quem possa dormir
Em paz em qualquer colchão
Sabendo que a mãe da gente
Padece, meu deus, inocente
Sofrendo sem precisão.




PC Silva


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Poeta na Vida


Se eu for na vida um poeta
Desses de livraria
De amor eterno jurado
De beijos na escadaria
De folhas esvoaçantes
De corações palpitantes
Serei feliz nesse dia

Se eu for na vida um poeta
Desses de padaria
De um amor debochado
De um amor loteria
Que hora me é amante
Depois se faz tão distante
Serei feliz nesse dia

Se eu for na vida um poeta
De vagabunda poesia
De amor regado a cachaça
De mais de uma Maria
De amores mal resolvidos
De versos mal entendido
Serei feliz nesse dia

Mas se eu só for um alguém
Que fez de um sonho a saída
Que fez de alguém "o amor"
Que amou sem se ter medida
Se assim depois me encontrar
Serei capaz de jurar
Que fui poeta na vida.


PC Silva


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